Ativistas presentes na fronteira EUA-México dizem que o aplicativo de smarthphone, conhecido como CBP One, está com problemas técnicos e frequentemente falha em reconhecer os rostos de imigrantes negros.
O aplicativo foi lançado pela Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) em janeiro e os imigrantes precisam usá-lo para marcar a data de comparecer a um porto de entrada. Atualmente, essa é a única maneira de solicitar asilo nos EUA e isenções do Título 42. Só no dia 10 de fevereiro, mais de 20.000 pessoas o usaram para agendar uma consulta.
Desde o início do uso do aplicativo, os números de detenções caíram, com o total de 128.410 em janeiro, uma queda de 42% em relação às 221.675 detenções registradas em dezembro.
Mas os ativistas dizem que, pelo menos, parte da queda nas detenções pode ser atribuída aos problemas técnicos do aplicativo, que tornam mais difícil para os imigrantes, especialmente os de ascendência africana, agendar consultas em primeiro lugar.
Eles alertam que os problemas tecnológicos podem significar que mais imigrantes se voltarão para contrabandistas de pessoas e travessias de fronteira potencialmente mortais e não regulamentadas.
À BBC News, diversas organizações de direitos dos imigrantes na fronteira disseram que as pessoas que tentam usar o aplicativo CBP One enfrentam uma infinidade de desafios, que vão desde a incapacidade de marcar uma consulta, falhas de geolocalização e telas congeladas antes da confirmação final.
Alguns imigrantes negros e de pele escura também relataram que o aplicativo está rejeitando suas fotos, impossibilitando o processo.
O CBP disse em um comunicado que o aplicativo “não utiliza tecnologia de reconhecimento facial”, mas considera as fotos um importante recurso de segurança.
“Um dos recursos de segurança do aplicativo móvel CBP One é a exigência de que um indivíduo tire uma foto ao vivo de si mesmo toda vez que acessar o aplicativo”, acrescentou o comunicado. “Este recurso de segurança foi projetado para impedir que agentes mal-intencionados utilizem os aplicativos móveis”.
A declaração do CBP não falou sobre o ponto dos imigrantes negros estarem ou não tendo problemas com o aplicativo.
Um estudo de 2019 do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia – uma agência do Departamento de Comércio – descobriu que a tecnologia de reconhecimento facial funciona melhor nos rostos de homens brancos de meia-idade, com as maiores taxas de erro entre as mulheres negras.
Outro estudo publicado por Harvard em 2020 descobriu que o reconhecimento facial é o identificador “menos preciso” e tem uma taxa de erro acima de 30% para mulheres com pele mais escura.
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