O jornal The Guardian divulgou, nesta terça-feira (5), registros que mostram como as autoridades de imigração dos Estados Unidos trabalham para expandir a capacidade de monitoramento e vigilância da atividade de imigrantes em redes sociais. Todos os dados foram obtidos pela Brennan Center for Justice, uma organização sem fins lucrativos da Faculdade de Direito da Universidade de Nova York.
As informações compartilhadas revelam que o Departamento de Segurança Interna (DHS), incluindo a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e o Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) permitiram que agentes criassem e utilizassem perfis falsos em uma ampla gama de operações, incluindo a pesquisa secreta da presença online de pessoas que buscam benefícios de imigração.
Durante as investigações, as autoridades discutiram repetidamente o uso de contas fakes, expressaram preocupação com as políticas de certos sites que proíbem o uso desses perfis e discutiram maneiras de contornar as regras.
Os registros não especificaram quais plataformas online os agentes utilizam, mas, na maioria delas, incluindo o Facebook, o uso de perfis falsos, inclusive por agências governamentais, é uma violação direta dos termos de serviço. Preocupado com a ação do DHS, um representante da referida rede social chegou a entrar em contato com a agência para alertar sobre uma possível violação das regras.
Um dos documentos descobertos nos registros afirma que agentes do DHS, que trabalham na detecção de fraudes e fazem parte do USCIS tem autorização interna para usar contas falsas para pesquisar pessoas “solicitando benefícios de imigração”. Esses agentes podem coletar uma ampla variedade de dados, incluindo endereços físicos, informações de relacionamento, afiliações de trabalho e educação e qualquer postagem em redes sociais que seja “contrária às informações fornecidas pelo solicitante”. O documento diz que todas essas informações devem ser guardadas, mesmo que não mostrem nada de errado sobre a pessoa.
Segundo o The Guardian, os arquivos do DHS correspondem a vários anos e podem levantar alarmes entre grupos de direitos civis, dado que a agência já possui uma vasta rede de vigilância que lhe permite rastrear imigrantes e, às vezes, cidadãos americanos, seja acessando dados de localização de empresas de tecnologia, comprando informações de usuários de corretores de dados ou utilizando reconhecimento facial.
“Está claro que isso acontece com pleno conhecimento de que as regras da plataforma estão sendo quebradas”, disse Rachel Levinson-Waldman, diretora-gerente do programa de liberdade e segurança nacional do Brennan Center, que forneceu os registros ao The Guardian.
Ao jornal, um porta-voz do DHS confirmou que o USCIS permite o uso de contas falsas para investigar pessoas que buscam benefícios de imigração, mas disse que a agência “só coleta informações de mídia social publicamente disponíveis que estejam relacionadas a assuntos consideráveis”.
O porta-voz também afirmou que o CBP pode se envolver em “monitoramento mascarado” nas redes sociais enquanto examina ou conduz verificações de aplicação da lei em candidatos que desejam entrar nos EUA, mas não pode interagir com os alvos de suas análises enquanto estiver disfarçado.
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