Depois de anos, os Democratas voltam a ter a maioria do Senado, após a vitória de Raphael Warnock e Jon Ossoff na Geórgia. Com as duas cadeiras da Geórgia, os democratas igualam os republicanos em número de senadores, com 50 cada. O empate favorece os democratas porque, pelas regras, futuros empates em decisões de votação no Senado são decididas pelo vice-presidente — nesse caso, a vice-presidente eleita Kamala Harris.
Isso significa que o presidente eleito Joe Biden, que toma posse no próximo dia 20, terá o controle do Congresso americano.
Mas isso quer dizer que o caminho do presidente democrata está livre para aprovar processos favoráveis aos imigrantes?
Na opinião da advogada Renata Castro, fundadora do Castro Legal Group, é necessário ter cautela. “Biden prometeu uma reforma imigratória nos primeiros cem dias de governo e acho que isso é praticamente impossível de acontecer. Temos de ser realistas”, afirma Renata.
A advogada acredita que os Dreamers – os jovens portadores do DACA – serão os primeiros a receber atenção do gabinete Biden-Harris, já que o programa que protege jovens da deportação foi alvo do governo Trump.
“Além disso, decisões recentes do judiciário demonstram uma maior boa vontade dos juízes imigratórios em parar as mudanças futuras que podem prejudicar ainda mais os imigrantes”, afirma.
Para Renata, a esperança, é claro, é de que uma reforma imigratória global seja aprovada pelo Congresso. “Mas é preciso que a economia americana, que se encontra fortemente abalada pela pandemia sem controle e também pela descrença dos mercados internacionais na estabilidade democrática dos EUA, sejam o foco de atenção principal do novo governo e, sem sombra de dúvida, serão priorizados”.
Ela acrescenta que é difícil acreditar que qualquer reforma imigratória que venha a legalizar um grande número de imigrantes, quase que uma anistia, possa acontecer porque muitas pessoas ainda pensam que imigrantes “roubam”empregos de americanos.
Esperança
Para o ativista Fernando Garcia, diretor executivo do Border Network for Human Rights, localizada no Texas, a organização vai cobrar do novo presidente a tão esperada reforma imigratória.
“A vitória dos Democratas na Geórgia aumenta a esperança de mudanças significativas nas políticas imigratórias. Estamos falando na emissão de green cards para portadores do DACA e também de um caminho para a legalização dos indocumentados, que hoje vivem nas sombras”, afirma.
O ativista espera, ainda, que Biden promova mudanças nas detenções na fronteira. “Biden não precisa do Congresso para parar de prender crianças nas fronteira, de parar de mandar pessoas que buscam asilo para o México e de interromper a construção do muro”, ressalta.
Fernando ressalta que a vitória de Biden foi, em grande parte, devido ao voto dos latinos e que ele não poderá deixar essa comunidade desamparada.
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